Destaques
20 de maio
Câmara Legislativa do DF homenageia os 135 anos do Museu Correios
Brasília, 20/5/2024 - A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou, na manhã da última sexta-feira (17), no Plenário Jorge Cauhy, uma sessão solene em homenagem aos 135 anos do Museu Correios. Fizeram parte da mesa o requerente da sessão, o deputado distrital Chico Vigilante, e a deputada federal Érika Kokay (DF); representando o presidente dos Correios Fabiano Silva dos Santos, a diretora de Governança e Estratégia da empresa, Juliana Picoli Agatte; o diretor de Gestão de Pessoas, Getulio Marques Ferreira; a diretora de Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da informação da estatal, Maria do Carmo Lara Perpétuo; o superintendente dos Correios em Brasília, Paulo Henrique Soares de Moura; e o coordenador de serviços postais do Ministério das Comunicações, Franklin Andrade Furtado. Também estiveram presentes na sessão estudantes das escolas Centro de Ensino da 410 norte e do Centro Educacional Gisno, além de assessores, empregados dos Correios e da casa parlamentar.
A cerimônia em comemoração ao aniversário do Museu Correios foi presidida pelo deputado Chico Vigilante, que celebrou os 135 anos desse espaço cultural, mas destacou também a importância atual da estatal e de seus empregados: "Muitos jovens hoje dominam WhatsApp, a mensagem chega rápido, e muita gente achou que os Correios não eram mais necessários. Mas estamos vendo agora que, sem dúvida os Correios é o maior fator de desenvolvimento do ponto de vista de entrega rápida, segura e barata. E a gente tá mostrando que competentes são os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, que estão sendo bem dirigidos e fazendo com que a empresa tenha desenvolvimento e seja o orgulho nacional. E essa sessão de homenagem, hoje, ao Museu Correios, eu quero que também sirva de homenagem à empresa Correios, tão importante e fundamental para o desenvolvimento do nosso país", concluiu.
Representando o presidente dos Correios Fabiano Silva dos Santos, a diretora de Governança e Estratégia, Juliana Picoli Agatte enalteceu essa celebração histórica do Museu Correios: "É uma honra estar aqui, junto a tantas pessoas especiais, para comemorar os 135 anos do Museu Correios. Além de ser a maior empresa de logística de todo o país, os Correios se orgulham de desempenhar o papel de fomentador da cultura nacional, aproximando e conectando os brasileiros com a beleza e a diversidade do país. O Museu Correios, além de guardião da memória postal, também é um ponto de encontro com a história do Brasil, caminhando lado a lado. São mais de 7 milhões de objetos que mostram a evolução das comunicações, um testemunho vivo das transformações que marcaram o nosso país ao longo dos anos. Também desempenha papel essencial na promoção da cultura e da arte, com uma programação ampla e diversa, voltada a todos os públicos durante todo o ano".
O Diretor de Gestão de Pessoas dos Correios, Getulio Marques Ferreira, e a diretora de Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da informação da estatal, Maria do Carmo Lara Perpétuo, também discursaram na casa parlamentar e citaram o laço estreito que une os Correios e o Brasil no que se refere à comunicação, cultura e educação. "A gente entende que se deve preservar a história desse Museu Correios, que fala do Brasil e do mundo. As comunicações (no Brasil) não começaram hoje. Ela é antiga, e os Correios com seus 361 anos e com seus 135 anos do Museu conta muita essa história do país" afirmou diretor Getulio Marques. "Eu quero dizer aos alunos presentes nessa sessão que sou da educação, meu início profissional foi na escola, e trazer os alunos pra assistir um momento desse, falando do museu, é muito importante, pois estamos falando de uma empresa que faz parte desse país, que tem pouco mais de 500 anos, sendo que os Correios têm 361 anos, quase que junto com o Brasil. E eu quero incentivar: visitem o Museu Correios, vejam de perto. E essa celebração, fazer homenagem é também relembrar, fazer memória" finalizou a diretora Maria do Carmo.
Já o coordenador de serviços postais do Ministério das Comunicações, Franklin Andrade Furtado, e o superintendente dos Correios em Brasília, Paulo Henrique Soares de Moura, enfatizaram a importância dessa cerimônia e das parcerias entre Correios/Museu Correios tanto com o Ministério das Comunicações como com a Câmara Legislativa. "No Ministério das Comunicações fazemos todo o desenho da política pública tão importante do país, no que se refere à manutenção de serviço postal do país, e é por meio dos Correios que é feita essa manutenção, com a maior presença de uma empresa em todo o país. O Museu Correios, quando se está falando da história dos Correios, se está falando da história da comunicação do país", elogiou Franklin Andrade. "É fundamente a parceria com essa casa parlamentar, a gente precisa muito da Câmara Legislativa, para dar andamento aos processos que ajudarão aos Correios a prestar, da melhor maneira possível, o serviço postal à sociedade de Brasília e do Brasil", citou Paulo Henrique Soares.
A deputada federal Érika Kokay (DF) também homenageou o Museu Correios e foi além, destacando o papel social da empresa, como um todo, quando surgem situações emergenciais: "Quando estamos fazendo homenagem aos 135 anos do Museu Correios, é história dessa instituição. Uma instituição que faz parte da história do povo brasileiro. E continuam sendo do povo brasileiro, pela luta dos seus empregados e empregadas, das entidades representativas e porque o povo, de forma desassombrada, elegeu o presidente Luiz Inácio Lula para governar esse país, e uma das primeiras coisas que presidente Lula fez foi retirar os Correios do plano de desestatização. E infelizmente nós estamos vendo, no Rio Grande do Sul, essa tragédia que nos impacta, que cola na nossa pele, na nossa alma, e faz com que façamos uma corrente em defesa do povo do Rio Grande do Sul. E estamos vendo a importância dos Correios, e como os Correios abriram as portas e a sua estrutura para levar vida a quem está no sul. Abriu as portas para dizer 'Esta empresa está a serviço do povo brasileiro, na dor e na alegria" finalizou a deputada federal.
Finalizando a cerimônia, o deputado distrital Chico Vigilante anunciou a abertura da exposição intitulada Museu Correios: guardião da história postal e telegráfica, que está à mostra no Espaço Cultural Athos Bulcão, da Câmara Legislativa.
Selo 135 anos do Museu Correios - Houve também, durante a cerimônia de celebração, a obliteração do selo personalizado alusivo aos 135 anos do Museu Correios.
A estampa, criada pelo designer dos Correios Cesar Bulcão, traz a ilustração de duas importantes peças do Museu: o automóvel Ford 1927, que pertenceu ao Marechal Rondon, o selo Olho de Boi, segunda emissão filatélica emitida no mundo.
Exposição - Um marco importante para a memória dessa centenária instituição foi a inauguração do primeiro Museu Postal do Brasil, em 26 de fevereiro de 1889, no Rio de Janeiro, com o intuito de preservar as relíquias e o legado do serviço postal brasileiro. Se mudando para Brasília, a capital federal, em 1980, o Museu Correios presta o relevante serviço pela preservação da memória de uma das mais importantes instituições do Brasil.
Quer saber mais sobre a história do Museu Correios? Visite a exposição até 29 de maio, das 8h às 18h, no Espaço Cultural Athos Bulcão, da Câmara Legislativa do DF.
16 de abril
Câmara dos Deputados celebra 360 anos dos Correios e os 135 anos do Museu Correios
Brasília, 16/4/2024 - A Câmara dos Deputados realizou, na manhã dessa terça-feira (16), no Plenário Ulysses Guimarães, uma sessão solene para homenagear os 360 anos dos Correios, comemorados em 2023, e os 135 anos do Museu Correios completados em fevereiro deste ano. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos; a diretora de Governança e Estratégia da empresa, Juliana Picoli Agatte; a diretora de Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da informação da estatal, Maria do Carmo Lara Perpétuo; e a superintendente dos Correios no Ceará, Iranilda Rufino da Costa, compuseram a mesa da sessão, que foi presidida pela deputada Fernanda Pessoa (CE); pela 2ª secretária da Câmara dos Deputados, deputada federal Maria do Rosário (RS); e pelo deputado federal André Figueiredo (CE).
Também prestigiaram o evento o superintendente dos Correios em Brasília, Paulo Henrique Soares de Moura, as deputadas federais Benedita da Silva (RJ), Érika Kokay (DF), Reginete Bispo (RS), os deputados federais Tadeu Veneri, Welter (PR), Zeca Dirceu (PR), além de carteiros e carteiras, demais empregados da estatal e convidados.
O início do serviço postal no Brasil data de 25 de janeiro 1663, quando foi criado o cargo de Correios-Mor, nome dado à função de carteiro daquela época. Pela sua importância, essa data é também o Dia da Carteira e do Carteiro, profissional símbolo dos Correios. Com quase quatro séculos de uma história rica em conquistas e desafios, conectando o Brasil do Oiapoque ao Chuí e massificando o acesso aos serviços postais e telegráficos no País, e tendo como um de seus objetivos primordiais a universalização dos serviços postais, os Correios tornaram-se, no curso de sua história, uma empresa estratégica, com uma complexa e eficiente logística.
Outro marco importante para a memória dessa centenária instituição foi a inauguração do primeiro Museu Postal do Brasil, em 26 de fevereiro de 1889, no Rio de Janeiro, com o intuito de preservar as relíquias e o legado do serviço postal brasileiro. Se mudando para Brasília, a capital federal, em 1980, o Museu Correios presta o relevante serviço pela preservação da memória de uma das mais importantes instituições do Brasil.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, ressaltou a importância social da estatal, dos 135 anos do Museu e agradeceu o reconhecimento da casa parlamentar. “Presentes em todo País e, muitas vezes, constituindo-se na única presença do governo federal nas cidades, desempenhamos um papel fundamental de integração nacional e de agentes de políticas públicas.Sabemos que a Câmara reconhece o valor dos Correios, tendo sido palco de aprovações de leis importantes para a sustentabilidade da empresa, como a reforma tributária e a legislação que prioriza a contratação da estatal por órgãos públicos federais “, afirmou.
Já o deputado federal André Figueiredo ressaltou a importância dos trabalhadores neste momento especial. “Celebrar os Correios é imprescindível, principalmente por esses últimos anos, mesmo com tantos problemas que passamos, conseguimos mostrar a força dos trabalhadores dos Correios aliados a parlamentares que compreendem a importância dessa instituição, conseguimos segurar uma privatização que parecia inevitável pelo governo anterior, e revertemos esse processo. E quero aqui saudar a todos, os mais de 80 mil trabalhadores dos Correios”, disse o parlamentar.
Salientando as mudanças positivas promovidas pela atual gestão, o deputado federal Zeca Dirceu também discursou na sessão. “Os Correios, depois de alguns anos de retrocesso, voltam a ter a sua grandeza de empresa pública. Presidente Fabiano, queria lhe parabenizar, reconhecer a sua gestão e reconhecer a decisão acertada do presidente Lula. Queria destacar a capacidade dessa gestão de equilibrar as demandas dos servidores, dos empregados e trabalhadores com o interesse do país. Quando vejo os Correios dentro do PAC, realizando investimentos, quando percebo que fizeram o primeiro acordo coletivo ano passado sem a mão forte do TST, quando percebo que estão voltando criar uma comissão para ter concurso público, vejo também o interesse dos trabalhadores que está sendo atendido. Parabéns e vida longa aos Correios”, destacou.
A deputada federal Erika Kokay enalteceu a história recente de conquistas da estatal. “Estamos falando de uma empresa que, nesta gestão, resgatou direitos das trabalhadoras e trabalhadores. Porque foram mais de 70 cláusulas que foram retiradas e que estão sendo resgatadas, com ganho real. São esses trabalhadores que carregam o Brasil no ombro, que estão em todos os cantos, fazendo com que os Correios que cumpram a sua missão social. Vai ter concurso público nos Correios, nesta gestão. A mesa de renegociação foi retomada. Os Correios andam e fazem com o que o Brasil tenha condições de vivenciar a sua grandeza. O convênio com a Caixa e tantas iniciativas de retomar a infraestrutura das unidades são atitudes de quem sabe a importância da empresa”, completou.
Umas das requerente da sessão solene, a deputada federal Fernanda Pessoa discorreu sobre como a evolução do serviços postais buscam atender as transformações sociais e econômicas do País “Ao longo dos anos, os Correios do Brasil expandiram seus serviços, para além da entrega de cartas e pacotes, oferecendo uma variedade de produtos e soluções, incluindo serviços financeiros, logísticos, e apoio ao comércio eletrônico. Essa diversificação ajudou os Correios a se manterem relevantes em mundo cada vez mais digitalizado e competitivo”, argumentou.
Ao término da cerimônia, a 2ª secretária da Mesa Diretora, deputada federal Maria do Rosário, agradeceu aos serviços prestados pela estatal. “É uma honra participar dessa homenagem. Muito obrigado aos trabalhadores dos Correios que estão em todos os cantos do Brasil, em todos os momentos, integrando a população brasileira. Temos esse reconhecimento e damos as mãos em defesa dos Correios”, encerrou a parlamentar.
História secular – Durante a cerimônia também ocorreu a obliteração do selo personalizado alusivo aos 135 anos do Museu Correios.
A estampa, criada pelo design dos Correios Cesar Bulcão, traz a ilustração de duas importantes peças do Museu: o automóvel Ford 1927, que pertenceu ao Marechal Rondon, o selo Olho de Boi, segunda emissão filatélica emitida no mundo.
A preservação, pesquisa e comunicação da história postal e telegráfica são os principais eixos da atividade do Museu Correios além de promover o fortalecimento institucional da imagem e da marca Correios, por meio de projetos culturais e artísticos, nos campos das artes visuais, audiovisual, música, humanidade etc. Entrar em contato com o acervo auxilia na construção da cidadania, instigando o público a pensar sobre as formas de se conectar no passado.
O acervo coletado desde o fim do século XIX conta com itens raros e preciosidades, como, por exemplo, um livro da Administração do Correio da Bahia de 1798.
As comemorações dos 135 anos do Museu Correios reforçam a sua missão institucional de preservar e divulgar o patrimônio histórico e cultural dos Correios e do Brasil.
12 de abril
135 Anos das Instruções para a execução do Regulamento dos Correios do Império
2024 é o ano de comemorar os 135 anos do Museu Correios. Porém, não só o Museu faz aniversário, como também um integrante ilustre do seu acervo. Dia 12 de abril um importante documento da biblioteca também completa 135 anos: as Instruções para a execução do Regulamento dos Correios do Império. A normativa tinha como intuito detalhar regras de funcionamento interno para que o Regulamento dos Correios, de 26 de março de 1888, fosse executado por toda a administração postal de maneira devida.
As Instruções são um grande compilado de regras, que perpassam por todo o serviço postal. Nelas, encontramos desde a definição do que é uma carta, como ela deveria ser manipulada pelos Correios e entregue aos destinatários, detalhes sobre a função de cada empregado e mesmo como deveriam se portar e se vestir.
Por meio desta fonte, temos uma visão de como funcionavam as comunicações e o sistema postal em um período único da história brasileira. O ano era 1889, momento do último respiro da Monarquia. Muito brevemente, o país passaria por uma mudança política, com a proclamação da república, em setembro desse mesmo ano. Embora o Brasil como um todo ainda contasse com uma população eminentemente rural, cada vez mais os centros urbanos se adensavam, e havia uma demanda muito grande para infraestrutura e serviços que garantissem a vida urbana. Um desses serviços eram os de correios, uma vez que as comunicações rápidas eram cada vez mais, uma exigência da vida em cidades.
Todo esse contexto aparece de maneira bastante clara nas Instruções. Por exemplo, o Art.178 coloca que a correspondência deveria ser entregue na casa dos destinatários em todos os municípios com população maiores do que 5 mil pessoas. É uma novidade sintomática da época. Antes de meados do século XIX, não existia entrega domiciliar, as pessoas tinham que ir as casas de correio buscar suas cartas, o que, obviamente, tornava a comunicação mais demorada. A entrega nas casas foi instituída pela primeira vez em 1835, e foi se estruturando durante todo o resto do século.
Com a adoção paulatina da entrega domiciliária, cada vez mais também se criaram regras para os empregados que iam diretamente aos domicílios executarem esse serviço. Em um certo momento, eles começaram a ser chamado de “carteiros”, nome pelo qual ainda conhecemos até hoje. As instruções revelam como eles deveriam se vestir, a partir da padronização de um uniforme:
Art.752
Os carteiros usarão blusa de panno azul com botões similhantes ao do pessoal dos correios ambulantes, porém, de metal branco; colete e calça do mesmo panno; bonnet igual ao dos empregados ambulantes, dento, porém, florão bordado a fio de latão dourado e prateado, encimada pela corôa imperial.
Além disso, outra marca do fim dos oitocentos aparece nas inúmeras passagens nas quais é mencionado o trabalho postal nas estradas de ferro. A conexão por trens, então, começava a ser estimulada e isso se adensaria durante a primeira república. Essa forma de transporte era considerado símbolo de modernidade, e uma das maneiras mais rápidas de transportar bens de consumo, algo essencial para um país que então buscava se inserir no sistema capitalista da época. Os correios se utilizavam das malhas ferroviárias. Nessa época, existiam os “Correios ambulantes”, onde os trens possuíam um vagão postal dedicado, com empregados trabalhando na manipulação de correspondência.
Vagão de Correios – serviço de ambulantes ferroviários. Anos 1920-1930. Acervo Museu Correios
O pagamento adiantado do serviço dos correios na entrega das cartas, chamado porte, também foi adotado de forma extensiva no século XIX, especificamente em 1840, com a adoção do selo postal. Antes, não se tinha um padrão para o pagamento e, muitas vezes, quem pagava era o destinatário. A questão da padronização aparece de forma bem evidente nas Instruções, quando afirmam que nenhuma cobrança pode ser feita ao destinatário, a não ser que houvesse um selo especial indicando o pagamento.
Art. 225
Não podendo o Correio cobrar na entrega de correspondências taxa alguma que não esteja indicada nas mesmas por meio de sellos especiaes, devem os destinatários recusar-se ao pagamento de qualquer quantia que lhe possa ser exigida de outro modo, e levar o abuso ao conhecimento da repartição postal. P.64
Selos postais do Império. D. Pedro II, 1878 e Brasão “Império do Brasil”, 1888.
As Instruções para a execução do Regulamento dos Correios do Império é uma fonte que nos ajudam a compreender o cenário cotidiano de fins do século XIX a partir do funcionamento específico do serviço postal. As cartas eram até então uma das únicas formas de se vencer a distância, embora já entrasse nesse cenário os telégrafos. A correspondência e os correios, portanto, faziam parte do dia a dia de alguns grupos sociais, sobretudo os letrados e de ambiente urbano. Ler documentos sobre os correios deste período é uma forma de ter pistas sobre como cidades e comunicações funcionavam nos anos finais do Império.
09 de abril de 2024
A arte de Ziraldo e os Correios
O dia 6 de abril foi marcado pela triste notícia do falecimento de Ziraldo, um dos mais importantes cartunistas do Brasil contemporâneo. Conhecido por seus traços únicos, que passam ao observador grande dinamicidade, marcando a velocidade de uma vida urbana que no século XX se acelerou de forma intensa, utilizou o humor como forma de expressão e mesmo de crítica social. Sua vasta obra foi dedicada aos públicos mais diversos, desde o infantil até o adulto. Como exemplos de produção para o público infantil, temos a Turma do Pererê, lançado nos anos 1960 e o grande sucesso editorial “O Menino Maluquinho”, de 1980. Por todo seu trabalho, Ziraldo pode ser considerado um grande produtor de noções de pertencimento sobre a cultura brasileira, uma vez que seus desenhos e textos sempre foram repletos de cenas e impressões acerca do cotidiano do Brasil do século XX.
Ziraldo colaborou algumas vezes com projetos dos Correios, como, por exemplo os selos de Natal de 1994, que trazem seus personagens infantis mais ilustres como Pererê e o Menino Maluquinho; e a importante série de selos especiais na campanha de conscientização do HIV/AIDS, de 2011. Esta última, contou não só com o lançamento de 8 selos sobre a temática, mas também com uma cartilha educativa destinada à circulação pública, intitulada “Por toda a sua vida”.
Além disso, o Museu Correios conta com uma reportagem de 1973 sobre Ziraldo, na Revista “Diga”. Nela, é possível ver reproduções de charges de Ziraldo dos anos 1960, quando o autor retratou cenas do cotidiano urbano a partir do desenho de carteiros, agentes de correios e telégrafos, manipuladores de cartas. A circulação de jornais, revistas e papéis, além da correspondência escrita e a utilização dos Correios eram bastante intensas na segunda metade do século XX. E Ziraldo, como cronista dos hábitos urbanos que era, conseguiu registrar isso em seus traços na sua típica forma bem-humorada.
O registro documental do trabalho do grande cartunista em parceria com os Correios fazem, hoje, parte do acervo do Museu Correios. Por meio da plataforma Saber+ (https://apps.correios.com.br/unificado/), é possível acessar os editais dos selos, as imagens dos selos, a cartilha “Por toda a sua vida” e reportagens especiais lançadas em revistas dos Correios sobre o autor. Para encontrar esse rico material, já digitalizado, basta digitar no campo de busca a palavra-chave “Ziraldo”.
26 de março de 2024
Biblioteca do Museu Correios: um acervo histórico
A primeira biblioteca postal foi criada em 1888 e deu origem a atual biblioteca do Museu Correios, sendo que parte do acervo original ainda permanece o mesmo. O decreto nº 9.912-A de 26 de março de 1888, relativo à Reforma dos Correios do Império, prevê a criação, guarda e manutenção de uma biblioteca, que seria mantida pela divisão central da Diretoria Geral dos Correios. O acervo bibliográfico deveria ser composto por, dentre outras obras, legislação e relatórios provinciais.
Em 1903 foi lançado o Catalogo da Bibliotheca da Directoria Geral dos Correios, contendo todos os itens bibliográficos que até então faziam parte do acervo. A lista é organizada pelos livros e periódicos que estavam guardados em armários (6 no total, do “A” ao “F”). Cada armário era subdividido em prateleiras, e os livros guardados nas prateleiras eram numerados a partir do 1. Assim, sabemos, por exemplo, que o “Armário C”, continha volumes relativos ao assunto “Correios”, em 6 prateleiras, que abrigavam 395 itens.
Detalhe do Catalogo da Bibliotheca da Diretoria Geral dos Correios, com a disposição de armários e prateleiras.
Alguns dos livros listados são encontrados até hoje na biblioteca do Museu Correios, em Brasília. Um exemplo é o Historie de la Poste aux lettres, de Arthur Rothschild, edição de 1876. O exemplar guardado atualmente no Centro de Documentação Histórica do Museu é do mesmo ano indicado no Catálogo e conta com um carimbo antigo, com os dizeres Bibliotheca da Directoria Geral dos Correios – Rio de Janeiro. Apesar de o carimbo não possuir ano, é possível afirmar que ele é da primeira metade do século XX, pela maneira que estão grafadas as palavras. Em 1903, sabemos que este exemplar estava guardado no Armário D, prateleira III. Outro item do acervo original de 1903 é um catálogo de selos dos EUA, intitulado Standard Postage Stamp Catalogue, de 1895. No presente, o Museu Correios também possui edições, da mesma obra, lançadas em anos mais recentes, de 1917 e 1974, respectivamente.
Indicação do livro Historie de la Poste aux letters no Catálogo de 1903 da Biblioteca da Diretoria Geral dos Correios. Ao lado, edição da mesma obra, parte atual do acervo do Museu Correios.
Em 1903, a biblioteca era composta por 2569 itens. Destes, a maior parte, 38%, (985 itens) eram relativos ao assunto “Correios”, demonstrando que, desde o início, o foco eram em obras especializadas no serviço postal. As outras categorias correspondiam à “Anais da Câmara dos Deputados e do Senado, com 10% (271 itens), “Legislação”, com 13% (335 itens), Miscelânea com 29% (746 itens) e “Livros Avulsos” com 9% (232 itens). Atualmente, a biblioteca possui mais de 15 mil itens, sendo formada em sua maior parte por obras especializadas sobre Correios e Telégrafos e composta por suportes variados, como papel, mídias eletrônicas e digitais.
O Museu Correios, que este ano comemora 135 anos, e sua biblioteca, também centenária, são responsáveis por preservar e disponibilizar obras especializadas do setor postal e telegráfico e apresentam-se como valorosas para pesquisadores interessados em comunicação nacional e internacional. Atualmente, parte do acervo bibliográfico está catalogado online, no sistema Saber +, podendo ser consultado em https://apps.correios.com.br/biblioteca/
Regularmente, outras obras estão sendo disponibilizadas digitalmente pelo Centro de Documentação Histórica do Museu Correios, na plataforma Saber+. Obras do acervo ainda indisponíveis em formato digital podem ser consultadas, in loco, mediante agendamento pelo e-mail museucedoc@correios.com.br.
Imagens: Acervo Museu Correios
26 de fevereiro de 2024
Hoje a nova página do Museu Correios entra na web. Esse espaço é dedicado à instituição museal sediada em Brasília, no Setor Comercial Sul, Edifício Apollo. A página, abrigada no Portal dos Correios, será responsável por divulgar detalhes acerca do funcionamento e dia a dia do Museu, trazendo notícias não só sobre eventos culturais e exposições, mas, também, sobre o acervo e a importância da guarda de itens e documentos referentes à história postal e telegráfica. O lançamento marca o início das ações das comemorações dos 135 anos do Museu Correios, que serão completados em 2024.
A nova página conta com seções fixas apresentando a história e a estrutura do Museu, onde poderão ser encontrados detalhamentos acerca dos acervos museológicos, arquivísticos e bibliográficos e orientações ao público geral de como realizar pesquisas na instituição. Além disso, existem seções que serão atualizadas continuamente, a exemplo da aba da Programação, que divulgará as exposições em cartaz e os eventos culturais e científicos mensais. Outro destaque é a “Linha do tempo”, seção na qual hoje é lançado o e-book “Os Correios na América portuguesa”, destacando as principais datas relativas à história postal entre os anos de 1798-1822. A linha do tempo será enriquecida com outros e-books relativos aos demais períodos da história dos Correios, sendo o próximo relativo ao Brasil Imperial (1822-1889).